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Fonte: Google imagens |
Alguns meses atrás, me peguei pensando que estava fazendo 10 anos de diagnóstico de EM e comecei a encucar.
Meu Deus, como o tempo voa! Já estou naquela fase que dizem que a doença costuma piorar, mudar de tipo, progredir. E o pensamento correu longe. Apenas achando que de agora em diante a coisa seria diferente, primeiro, quando descobri a EM estava na casa dos trinta, agora estou na dos quarenta. Depois fiquei assustada, achando que isso poderia ser um fator de risco para piorar a doença, por si só.
No entanto, me bateu uma lucidez nesse momento, que me questionou na mente:
" Quem pode garantir que você vai piorar só porque tem uma década de EM?"
E respondi, mentalmente também, ninguém. Então, surgiu outra pergunta ainda mais importante na minha mente:
"O que seu doutorzinho sempre lhe disse sobre o seu tratamento?"
Que não estava me tratando para aquele momento, mas para daqui 30 anos.
E minha mente continuou a conversar comigo:
"O que você entendeu sobre isso?"
Eu entendi que ele não se preocupava com o meu estado naquele momento, que o surto vinha e ia embora, porém cuidava para que eles fossem leves, sem sequelas, sem maiores perrengues para me garantir um futuro melhor. Exatamente isso. Compreendi que estava cuidando do meu futuro, que quanto mais a gente conseguisse brecar a EM menos incapacidades eu teria e que a progressão dela seria lenta, meus sintomas não incomodariam tanto e tudo seria mais fácil.
Contudo, minha ficha caiu, ficha mesmo, porque sou dos anos 70....rs
Por que eu estava pensando aquele monte de besteira? Me preocupando com a incerteza de algo que nos é incerto?
Ninguém tem controle da sua própria vida, nem aqueles que não têm uma doença crônica sem cura e nem os que têm, então pra que se preocupar com o que está por vir, com o futuro da EM? Ficar paranoico achando que a qualquer momento vai ter um surto e tudo vai mudar?
Não, de jeito nenhum! Afinal, você faz o tratamento direitinho, com todos os seus efeitos adversos e com o bônus de controlar a EM.
"E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar. Não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar."
Com o nosso futuro quem deve se preocupar são os nossos doutorzinhos que estão a par do que é melhor para nós, aptos a nos compartilhar as novas descobertas e nos tratar com o pensamento que ficaremos bem ao passar do tempo.
A nossa preocupação deve ser viver um dia de cada vez.
Como um dia me aconselharam sobre a vida: "Planejar como se vivêssemos 100 anos. E aproveitar a vida como se fosse morrer amanhã."
Enfim, aprendi viver cuidando da EM, mas não em função dela.
Mil beijinhos amores e até mais!
Eu me chamo Fabiana Dal Ri Barbosa, mas me chamam de Fabi. Tenho o blog A vida com Esclerose Múltipla desde 2009, onde trocamos experiências e conhecemos algumas novidades relacionadas à EM.
Sou uma pessoa que não vive sem música, se sente feliz na maioria dos dias, pira de vez em quando por pensar demais, é preocupada demais também, mas apaixonada. Amo escrever, assistir filmes, estudar francês, piano, canto e Teatro.
É, Fabi ... Temos que nos preocupar com o hoje, e não com o amanhã !!!
ResponderExcluirAdorei o texto. É bem litigantes. Obrigado por compartilhar suas experiências. Um dia de cada vez.bjs
ResponderExcluirObrigado por compartilhar suas experiências. Texto muito motivador. É isso, devagar e sempre! Bjs
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